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Lúcio e a cidade

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Enredo base

Lúcio, 33 anos, vive à custa de sua mãe, Sara, em uma quadra da Asa Sul de Brasília. Sara é uma dedicada funcionária da “Secretaria Especial da Cultura” que, em meio a mudanças políticas, luta para preservar obras de arte abandonadas pelo atual governo. Em seu aniversário de 60 anos, Sara sofre um ataque fulminante, deixando Lúcio desamparado. Sem direito ao apartamento funcional da mãe, Lúcio se vê obrigado a sair de seu casulo e enfrentar a vida. 

O mundo que se descortina a partir daí é bem diferente do que ele vivia. Num primeiro momento, Lúcio se entrega à total apatia diante da morte da mãe, permanecendo recluso no quarto-depósito, rodeado por objetos e coleções que são um consolo para sua ausência. Ao desvendar caixas organizadas por Sara, Lúcio acaba encontrando não apenas objetos pessoais, mas obras de arte pertencentes ao patrimônio público. ​

Ao mesmo tempo em que empreendem uma busca pelo destino dado às obras de arte preservadas por Sara, Lúcio precisa encontrar uma casa para morar. À deriva pela cidade, Lúcio vivencia suas dinâmicas, evidenciando sequelas entre a Brasília real e a cidade projetada. Em suas andanças, Lúcio irá desvendar uma parcela desconhecida da história de sua mãe, enquanto busca um lugar próprio e um modo para habitar sua cidade.

O Universo

Brasília, reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco, foi planejada como um espaço urbano perfeito. Monumental e gregária, seu sistema viário segue um traçado em eixos e asas, com edifícios isolados e destacados do solo. Apesar de ser comumente associada a marcos como a Praça dos Três Poderes, a Brasília retratada neste filme é aquela vivida cotidianamente por seus habitantes nos vãos dos cobogós e pilotis, nas curvas das tesourinhas, entre as superquadras, do Plano Piloto às regiões circundantes. Esses elementos próprios da cidade desempenham um papel crucial na narrativa de Céu de Brasília, ao conferir significado à jornada de amadurecimento do personagem Lúcio, desde a saída de seu casulo (onde o mundo parecia reduzido a uma fresta de cobogó) até à visão ampla representada pelo céu de Brasília.

A dramaturgia proposta edifica uma metáfora visual do espaço urbano para aprimorar a compreensão do público em relação à transformação de Lúcio, ao mesmo tempo em que desafia os estereótipos associados à capital do país. Estruturado em cinco capítulos distintos (Cobogós, Pilotis, Entre(quadra), Eixos e vias, Céu de Brasília), o roteiro acompanha uma trajetória pessoal que se inicia no espaço íntimo e doméstico da casa de Lúcio e se expande até a imensidão do espaço urbano, transcendendo seus limites. A cidade é poeticamente retratada, ao propor uma simetria entre seu criador e aquele que a vivencia cotidianamente. Enquanto o primeiro desenhou eixos e linhas para construir a cidade planejada, o segundo, ao explorar o espaço projetado, reconfigura caminhos, erguendo pontes simbólicas com os habitantes da cidade real.

Personagens

Lúcio

33 anos, barba por fazer, anda de forma desleixada de bermuda e chinelo. Mudou de emprego várias vezes e sempre viveu à custa da mãe. É um homem comum sem nenhuma ambição que acha que nada vai dar certo. Ao perder a mãe, parte em busca de conhecer verdadeiramente a mãe, a cidade e a si mesmo.

Sara

59 anos, cabelos brancos e sorriso fácil, é a mãe superprotetora de Lúcio. É servidora pública e se tornou “guardiã do patrimônio abandonado”, arquivando e guardando obras que seriam deterioradas com o descaso alheio. Morre aos 60 anos de idade. Será desvendada ao longo das andanças do filho pela cidade.

 

Oscar

40 anos, negro, alto. Formado em história, é professor no ensino médio e trabalha como Uber nas horas vagas. Toda semana se encontra com Lúcio no bar Beirute para beber e conversar. É o mentor que aconselha Lúcio em sua nova jornada.

 

Duda

Jovem de 17 anos que se identifica com o gênero não-binário, filha do porteiro do prédio de Lúcio e estudante secundarista politicamente engajada. É uma espécie de irmã para Lúcio e companheira de jogo. Por ser mais madura do que Lúcio, Duda é sua conselheira e o ajudará a encarar a vida com mais coragem.

 

Darci

 

Jovem negra de 24 anos, trabalha com Sara no Patrimônio Cultural e Artístico da Secretaria Especial de Cultura. Vai ajudar Lúcio a encontrar um destino às obras encontradas no depósito de Sara.

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